Espaço, luz, sensibilidade estão no centro da busca do “caçador-coletor” Erik Samakh, como ele se autodenomina, ecoando um Rodin “caçador da verdade e observador da vida”. Nada se impõe de forma brutal ao caminhante: a proposta é antes de uma delicada descoberta dos biótopos. Luzinhas às quais prestamos atenção, ou não, como na afinação de um instrumento musical. Experimentando um modo simbiótico de habitar a terra, deixamo-nos tocar por uma estranheza invisível. A realidade desta arte é impercetível, mas a transformação é contínua. Sinais efémeros de um fragmento da história humana, demasiado terrenos para serem estrelas no céu, luminosos e autónomos, tornam-se símbolo das liberdades desaparecidas de Pasolini*, mas também símbolos de sobrevivência e esperança na visão de Didi Huberman**. O artista plástico Erik Samakh estabelece um diálogo constante entre os seres e os meios, convertendo os lugares em espaços de escuta; a sua obra tem sido realizada em espaços naturais como: Réserve géologique de Haute-Alpes, Géoparc da UNESCO, Parque Nacional da Tijuca no Rio de Janeiro, Centre international d’art et du paysage de Vassivière, Parque National de Jirisan na Coreia do sul, etc).
* Pier Paolo Pasolini 1975 O desaparecimento dos pirilampos
**G. Didi-Huberman 2011 Sobrevivência dos vaga-lumes
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